terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Carocho Negro, cabeça-de-prego

(Capnodis tenebrionis) -  Linnaeus, 1758

Este coleóptero polífago, da família Buprestidae, prefere as regiões mais quentes para viver. Distribui-se por toda a zona do Mediterrâneo, ocupando também zonas do interior continental da Grécia, Turquia, Itália, Espanha, Portugal e Norte de África. Em Espanha a sua presença tem maior relevância em Valência, Extremadura, Aragão, Andaluzia, Castilla La Mancha e Múrcia.

 As suas larvas constituiem uma importante praga para diversas frutíferas, como o alperceiro, a amendoeira, o pessegueiro e a ameixeira. Ocasionalemte pode também atacar a pereira, a macieira, a figueira, a nogueira, a nespereira e a aveleira.

O abandono das fazendas, situações de secas devido à falta de chuva e a problemas de abastecimento de água para irrigação e inadequadas técnicas de cultivo são algumas das causas que contribuem para uma maior disseminação desta praga.

No Inverno os adultos refugiam-se nos arbustos ou mesmo nas pedras.Com o aparecimento do calor, lá para o fim de Março,  abandonam os abrigos e começam a atacar rebentos e pecíolos das folhas. Após algumas semanas de alimentação, a partir da segunda metade do mês de Maio, atingem a maturidade sexual e iniciam a postura, que se prolonga até ao início de Setembro, quando a temperatura começa a baixar. Cada fêmea deposita no solo, a uma profundidade de 3 a 12 cm, 250 a 300 ovos, morrendo decorridos 3 ou 4 dias. Os ovos tem 1,5mm de comprimento e 1mm de diâmetro. A rapidez da eclosão depende da temperatura, ocorrendo depois de 30 dias a uma temperatura de 20º, já a 35º demora apenas 7 dias.

As larvas recém-nascidas, recorrendo ao uso de pêlos abdominais e a movimentos de contorção, alojam-se nas raízes e caules das plantas abrindo galerias que vão preenchendo com serragem. Só cerca de 1 a 2% das larvas conseguem atingir as plantas, morrendo as restantes, mas, mesmo assim, são suficientes para nelas causarem graves danos.

Lesões nos órgãos vegetativos aéreos e folhas caídas no chão constituem sintomas da presença da praga nas plantas.

Reino:       Animalia
Filo:          Arthropoda
Classe:      Insecta
Ordem:     Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Família:     Buprestidae
Género:     Capnodis
Espécie:    C Tenebrionis

Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas de Lavre, Montemor-o-Novo






















quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Escaravelho rinoceronte Europeu

Oryctes nasicornis (linnaeus, 1758)

Distribui-se por toda a Europa continental e Norte de África. Em certas regiões começa já a ser considerado raro e, por isso, tem protecção legal nalguns países.

 É considerado um dos besouros mais fortes, conseguindo deslocar cargas com cerca de 850 vezes o seu peso. Chega a atingir 6 cm de comprimento. O seu tamanho é influenciado pela quantidade e qualidade dos alimentos que ingere.

As asas são castanhas escuras e brilhantes. As pernas e a parte inferior do corpo são revestidos de pelos ruivos.

As larvas, cujo desenvolvimento dura dois anos, vivem em madeira, não resinosa, em decomposição de que se alimentam. Os adultos começam a voar entre Março e Maio e alimentam-se de nectar ou seiva, mas conseguem suportar grandes ausências de alimento, subsistindo das reservas acumuladas durante o estágios larvais.

O seu nome advém do facto de os machos adultos possuírem um chifre frontal curvado para trás, que utilizam para lutar. As fêmeas são dele desprovidas. Existe, assim, um acentuado dimorfismo sexual na espécie.

A Vespa Mamute (Megascolia Maculata), de que já falàmos, é um parasita das larvas do Besouro Rinoceronte europeu.

Reino:       Animalia
Filo:          Arthropoda
Classe:      Insecta
Ordem:     Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Família:     Dynastidae
Género:     Oryctes
Espécie     O. nasicornis

Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas de Lavre, Montemor-o-Novo

Macho










Fêmea








segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Flagrantes do quotidiano



     Apeteceu-lhe dar uma volta pelo Parque dos Poetas. Chegado ao portão constatou que se encontrava encerrado. Resolveu ir até um outro que ficava próximo, também estava fechado. Bom, deve haver alguma razão para não abrirem hoje, pensou, só é pena a Câmara não ter mandado afixar um aviso com uma justificação. Intrigado com esta situação, como o objectivo era andar a pé, resolveu caminhar até outra entrada. No momento em que se depara com a  terceira também fechada, eis que chega um carro da Polícia Municipal com dois guardas, um de cada sexo. De imediato a agente sai munida de uma chave e dirige-se ao portão. Ao fim de diversas tentativas em que demonstrou algum nervosismo, lá conseguiu que a chave rodasse e o portão se abrisse.

 - Oiça, o portão vai ficar aberto?

- Quando se abre uma porta é para ficar aberta!

- Quando abro a da minha casa, normalmente, é só para entrar e fecho-a em seguida!

Explicou  à senhora que a sua pergunta se justificava pelo facto de ser já a terceira tentativa que fazia para entrar no Parque,  já se tinha confrontado com duas entradas fechadas e pretendia apenas saber se o mesmo ia ou não estar hoje aberto ao público ou se, pelo contrário, haveria alguma razão para se manter fechado, ao que ela retorquiu:

 - Isto tem um horário, abre só às dez, não podemos abrir todas as entradas ao mesmo tempo e alguns telefonam-nos sempre a fazer queixas.

Ela olhou para o relógio, ele olhou para o dele, eram dez horas e quarenta e cinco minutos. Desejou-lhe um bom dia, ela nem para ele olhou e pôs-se ao fresco, toda inchada de autoridade!


  

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Caracol

(Elix aspersa) - O.F. Muller, 1774

Este molusco, de pele húmida acinzentada, é a espécie de caracol terrestre mais conhecida. Possui 4 tentáculos, sendo os dois menores utilizados para se alimentar e nas extremidades dos maiores existem os olhos.
A concha calcária, em espiral, brilhante e rugosa, tem coloração marron claro com manchas marron escuro e pode atingir de 30 a 32 mm de diâmetro. Esta espécie é mais activa de noite, podendo, no entanto, também ser observado de dia após a queda de chuva. Locomove-se através de ondulações musculares do "pé", no qual se localiza um glândula que secreta um muco, que deixa quando se movimenta. 
Com um sentido de visão deficiente e sem audição, o caracol privilegia a utilização do tacto e do olfacto que se situam em todo o corpo com particular acuidade nas antenas menores.
Sendo hermafrodita, precisa, contudo, de um parceiro para copular e realizar a fecundação, o que ocorre, em média, 4 vezes anualmente. Cada cópula dura cerca de 10 horas e a gestação dos 200 a 300 ovos que cada um deposita, em covas previamente escavadas com a cabeça, dura à volta de 16 dias.
O caracol (tal como a lesma) provoca avultados danos nas culturas, uma vez que consome em abundância folhas, talos, brotos e mesmo raízes de grande variedade de plantas.
Sabe-se que o consumo humano de caracóis já remonta à pré-história.
Actualmente a helicicultura assume cada vez maior importância económica, não apenas devido à sua utilização como alimento mas também em farmacopeia e cosmética.

Reino:           Animalia
Filo:              Mollusca
Classe:          Gastropoda
Superfamília: Helicoidea
Família:         Helicidae
Género:         Helix
Espécie:         H. aspersa


Imagens captadas na Quinta da Casa Nova, Cortiçadas, Montemor-o-Novo