sábado, 27 de junho de 2009

Natureza Viva

Benquerença ao natural
Desta vez deixo-vos apenas estas três imagens para vos estimular o gosto pela natureza, sempre aqui tão perto sem, muitas vezes, darmos pela sua presença. Vamos tentar observar hoje alguns pormenores. Fruam e descontraiam... respirem fundo, aqui o ar ainda é livre, nada condicionado, puro e é para todos! Faça favor de encher bem os pulmões, inspire, expire, bem fundo, lentamente ... prolongue o prazer! Viva mais ... ... Quando voltarmos a encontrar-nos falamos, sobre este e outros assuntos.
Até lá. Jogilbo
Fruta biológica Bem boa, a passarada que o diga!
Aqui sinto-me no meu meio!
Cuidado, veja mas não toque, pica mesmo!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Nossa Senhora da Quebrada




Na Freguesia de Benquerença (Penamacor) realiza-se anualmente a romaria de Nossa Senhora da Quebrada, cuja capela se situa numa colina (das várias existentes no local) na margem direita da Ribeira da Meimoa. Na banda oposta àquela em que se situa a localidade. É de cerca de três quilómetros a distância que separa a aldeia da ermida. Estamos a falar, sensivelmente, de meio caminho entre a sede da freguesia e as Quintas do Anascer.
O dia da celebração da festa era tradicionalmente na quinta-feira da ascensão, contudo, sabendo-se das dificuldades de muitos pregrinos em estar presentes nesse dia, optou-se por transferi-la para o domingo seguinte. Os pontos altos das celebrações religiosas são a missa campal de domingo seguida de procissão e a missa nocturna seguida de procissão das velas que ocorrem no sábado da véspera.
Paralelamente, ou melhor, antes e sobretudo depois das celebrações religiosas, há também lugar para as festividades civis, sendo de realçar os petiscos onde tem lugar de destaque o ensopado de borrego (que muitos teimam agora em apelidar, quanto a mim improriamente, de "chanfana" (termo que não faz parte da nossa tradição), as febras, o frango ... tudo isto antecedido de uma boa malga de caldo das couves! Claro que o tinto é também de presença obrigatória, sendo certo que agora o pessoal tem que tomar as necessárias precauções, não vá o diabo tecê-las, já que, longe vão os tempos (ou talvez não) em que as viaturas eram de tracção animal. Então toleravam-se melhor os excessos, visto que as bestas eram abstémias e sabiam quase sempre o caminho de regresso. Nutrindo grande estima pelos seus donos, que nestes dias até lhes reforçavam a ração, levavam-nos, em contrapartida, sãos e salvos de volta ao aconchego do lar!
Sim tem toda a razão, nada melhor para digerir o almoço que uns passos de dança ao som da Banda de Aldeia de João Pires ou de um conjunto moderno. Caro leitor temos que concordar que a tradição já não é bem o que era, jà não há o balho abrilhantado pela concertina do Fanotcha, do Alziro Galante da Orca, ou do Luís Ceguito! Lembra-se que havia sempre uma cervejita debaixo da cadeira em que o tocador se instalava, que servia para lhe dar alento e retemperar energias depois do esforço dispendido ao fim de cada moda executada!
Sobre tradição não seria justo se não registasse aqui a excepção que é a centenária e sempre renovada Banda de Aldeia de João Pires! São uns valentes, o tempo passa e a Banda continua, cada vez com mais pujança e juventude!
O local é de incomparável beleza e são indescritíveis as panorâmicas que dele se avistam : a Serra de Santa Marta, o casario da nossa aldeia, o verdejante vale da ribeira, a Serra da Estrela, a Serra da Opa, eu sei lá que mais... O peregrino sente-se aqui mais próximo do Paraíso! Pressentem-se poderosas forças positivas, que nos levam, pelo menos temporariamente, a esquecer o nosso egocentrismo e a partilhar com os outros as alegrias e as tristezas, os êxitos e os fracassos, os bons e os maus momentos! Formulam-se pedidos, fazem-se agradecimentos, pagam-se promessas à Virgem que a todos abriga sob o seu manto protector!
Meu Deus é avassaladora a torrente de imagens, de recordações que neste momento teimam em preencher a minha mente: a nossa burra que a poucos consentia que a montassem, levantava as patas dianteiras e, apoiando-se apenas nas traseiras, despojava-se em segundos da indesejada carga; ir à comida para as vacas (a marela, a borisca, a formosa), levá-las a pastar e depois à ribeira para sassiarem a sede; as cavalgadas na nossa égua; tocar a burra ou a vaca na nora, na volta da ribeira, na tapada do Henrique, ou na alverca; a cabra preta, que andava atrás de nós pelos caminhos fazendo de quando em vez umas lateralizações, sempre que avistava alguns pés de milho, alguma estaca de oliveira com rebentos novos ou outros manjares a que não resistia, recuperando rapidamente o atraso com uma enérgica corrida .... Tem razão, caro leitor, isto já não tem que ver com a Senhora da Quebrada, ... ou, se calhar, até talvez tenha!
Se conseguiu ler estas deambulações do meu imaginário (e de tantos outros benqueridos, estou certo) fico-lhe muito grato e gabo-lhe a paciência.
É minha convicção que nos voltaremos a encontrar, quem sabe na Senhora da Quebrada ou então, porque não, na Senhora das Neves.
Até lá.
Jogilbo

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Aerobombas


As energias renováveis estão, cada vez mais, na ordem do dia. Nem sempre temos presente que a sua utilização remonta a tempos imemoriáveis! Se não veja-se: desde quando se utiliza a energia hídrica ou a energia do vento, em moinhos, para fabricação da preciosa farinha, matéria-prima fundamental à sobrevivência da humanidade, tendo em conta que sem ela não teríamos acesso ao pão nosso de cada dia ?
Não é, contudo, dessa aplicação de energia que quero falar hoje, mas sim da utilização da energia eólica para que o homem possa, em determinadas circunstâncias, aceder a um bem que reputo de mais importante ainda, para todos os seres vivos, que o próprio pão. Obviamente que me estou a referir à água.
Como já adivinharam, o que pretendo é falar de aeromotores ou mais propriamente de aerobombas, utilizadas para bombear água nas mais diversas situações, tanto para abastecimento de habitações para consumo doméstico, como na agricultura para rega.
O "Aermotor Chicago", fabricado nos EUA, desde 1888, foi o mais popularizado deste tipo de engenhos no século XX. Isso deveu-se à fiabilidade que foi sistematicamente melhorada ao longo dos 120 anos da sua exisência o que lhe valeu o apelido de Cadillac do ar. O que começou por ser quase uma brincadeira tornou-se um caso sério de grande sucesso. Ainda hoje continua em produção. É possível com ele extrair o indispensavel líquido de uma profundidade de cerca de oitenta metros. Foi desenvolvido pelo engenheiro Thomas O. Perry e aprovado por Laverne Noyes fundador da Companhia Aermotor.
No primeiro ano de produção apenas foram vendidas 24 unidades. Dois anos depois a área ocupada pelas instalações teve que ser duplicada passando a ocupar um acre. Em 1892, ou seja decorridos apenas quatro anos, desde o início, já as vendas atingiram os 20.000 exemplares! Em 1904 o catálogo da Aermotor já listava vasta gama de acessórios, desde bombas manuais a depósitos metálicos....
Os revolucionários métodos de produção permitiram reduzir os preços para cerca de 1/6!
Em 1915 foi introduzida uma grande inovação que consistiu num sistema de autolubrificação, que ocasionou uma redução drástica nas intervenções de manutenção. Passou apenas a ser necessária uma anualmente.
De 1915 até aos nossos dias o Aermotor Chicago foi produzido em quatro modelos diferentes. O mais frequente é o modelo 702, em produção desde 1933. Os modelos 502 (apenas produzido em 1915) e o 602 (fabricado entre 1916 e 1933) são os menos comuns. Pode mesmo afirmar-se que do modelo 502 são raríssimos os exemplares ainda existentes. A Chicago apresentou o modelo 802 em 1981, que devido ao seu design e à excelente qualidade e fiabilidade se tornou no mais popular sistema de bombagem de água nos Estados Unidos.
Esta popularidade estendeu-se um pouco por todo o planeta. Em portugal também foram utilizados em escala considerável. Ainda hoje se encontram muitos exemplares, nomeadamente na região de Lisboa. Lamentavelmente quase todos se encontram em avançado estado de degradação. São já mesmo extremamente raros, entre nós, os que ainda se encontram operativos! Chega a ser incompreensível ao estado a que se deixou chegar o parque deste equipamento de grande qualidade e tão amigo do ambiente, como agora se costuma dizer. Até dá pena olhar para as ruinas de muitos, que por aí se encontram, ainda assim apresentam-se na paisagem com alguma imponência. Vão, também eles, morrendo de pé! Segundo julgo saber, uma das causas que contribuiu para que esta siuação se verifique prende-se com a falta de técnicos para proceder à sua reparação e manutenção. Recordo ainda a existência, em Lisboa, situada na Mouraria, no número 32 da Rua joão do Outeiro, da oficina de Agusto Marinheiro, que ao que penso era também importador. Ao que parece chegou a mudar a oficina para a Linha de Sintra, penso que para o Cacém ou por aí assim. Também no Montijo havia quem trabalhasse no ramo.
A peça fundamental do moinho é a roda constituída por lâminas curvas de aço galvanizado rebitadas ao volante, que, por sua vez, é fixado através de grampos à barra curva das jantes.
O funcionamento da denominada American Farm Wind Pump é na sua essência bastante simples. O rotor, de 12 a 24 palas, acciona uma bomba de pistão, utilizando um mecanismo de biela e manivela acoplado a uma barra vertical.
Por favor, não se esqueça, se acaso é proprietário de algum exemplar destes moinhos e se tiver possibilidade, tente recuperá-lo. Se conseguir vai ganhar o ambiente e você vai, estou certo, ficar mais feliz, e até com mais saúde!
Quem sabe se um dia destes nos vamos encontrar por aí!
Até lá.
Jogilbo

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A romã

A romã, fruto da romanzeira (punica granatum) é originária do Próximo Oriente (Ásia Menor, Transcaucásia, Irão e Turcomenistão). É milenar a sua importância e está associada á fecundidade. Por se acreditar nos seus poderes afrodisíacos, foi consagrada á deusa Afrodite. É descrita em textos bíblicos associada às paixões.
Em Roma era utilizada em cerimónias como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade.
Os semitas designaram-na por "rimman", os árabes por "rumman" e, mais tarde, os portugueses chamaram-lhe romã ou "roman". Os árabes apreciavam-na como alimento e, sobretudo, pelos seus poderes medicinais. Segundo uma antiga crença o dinheiro nunca faltará a quem trouxer três sementes de romã na carteira. Em Portugal, pelo menos em certas zonas do país, nomeadamente no Alentejo, há a tradição de se comerem no dia de Reis. Deverão guardar-se as "coroas" durante um ano para que não nos falte a sorte nem o dinheiro.
Além da sorte e da fartura que terão os que ingerirem, a seis de Janeiro (dia de Reis), seis sementes deste virtuoso fruto, também é tido como dado adquirido que a ingestão diária do suco feito com a casca, as sementes e a polpa (tudo junto) ajuda a controlar a tensão arterial, a reduzir o colestrol ruim (LDL) e a prevenir o câncro da mama e da próstata e ainda reduz o risco de enfarte. Há quem considere que também se pode utilizar para acabar com a rouquidão e com as afecções da boca. Na Índia há mulheres que a utilizam para combater a esterilidade. O que parece não levantar grandes dúvidas é que o suco da romã é, efectivamente, um bom antioxidante, mineralizante e refrescante.
São particularmente famosas as romãs da Provença, Malta, Espanha e Itália. Dos países mediterrânicos foi levada para a América do Sul, tendo encontrado no Brasil boas condições para a sua cultura, onde se produzem frutos de óptima qualidade.
A Espanha, a Turquia e a Tunísia são os maiores produtores mundiais de romã. A Espanha ocupa o primeiro lugar como exportador sendo o Reino Unido, a França, a Itália e os países árabes os principais importadores.
Portanto agora já sabe, coma romãs, tome com frequência o seu suco, tenha muita saúde e seja mais feliz.
Voltamos a encontrar-nos um dia destes!
Até lá.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Inicio de Aventura

Apesar de ter começado a minha caminhada de vida há já meia dúzia e meia de dezenas de anos, só agora ganhei força, talvez seja antes ousadia, de me iniciar nesta moda da blogmania. Iniciado recentemente na utilização das novas tecnologias da comunicação vou, certamente, deparar-me com inúmeras dificuldades que vão ocasionar falhas, de que me penitencio desde já. Apreciarei sempre as ajudas, venham elas de onde vierem, e a minha receptividade às críticas é total.
Aqueles, se porventura alguns houver, que tenham a pachorra de ler as minhas mensagens não deixarão de estranhar que escreva o título benquerer com um n em vez de um m e têm toda a razão. Claro que existe uma explicação. A palavra tem que ver com  Benquerença, uma bela aldeia do concelho de Penamacor, situada nas faldas da Serra de Santa Marta, autêntica pérola da Cova da Beira, que me viu nascer na primeira metade da década de quarenta do século passado, ainda não tinha terminado a segunda Guerra Mundial!
Dada esta explicação, aproveito para cumprimentar todos os benqueridos, desejando-lhes as maiores venturas e muita saúde, tanto para o ano que agora se inicia como para os que hão-de vir.
Esta viagem vai ser apenas uma aventura, que, de momento, nem sequer imagino onde me poderá levar! Não alimentem demasiadas espectativas!
Os assuntos que venham a ser tratados, sê-lo-ão de forma aligeirada. Desiludam-se os que esperam grande erudição. A intenção é, sobretudo, a diversão, a postura a do aprendiz e o lema será mesmo aprender sempre! Tentarei ser generalista e despretensioso. A escolha dos temas vai ser mesmo ao sabor da maré. A ver vamos como me desenvencilharei da alhada em que me estou a meter!
Voltamos a encontrar-nos um dia destes!
Até lá.
Jogilbo