domingo, 27 de abril de 2014

Borboleta da sardinheira (traça do gerânio africano)

(Cacireus marshalli) - Butler, 1897

Esta espécie, com origem sul-africana, foi acidentalmente introduzida na Europa através de uma importação de gerânios (sardinheiras) contaminados com ovos e larvas. Sendo recente em Portugal (cerca de 17 anos), o seu número está a aumentar de forma assustadora visto que o seu ciclo reprodutivo é curto (30 a 60 dias) sendo, por isso, possível a ocorrência de cinco ou seis gerações por ano.

As larvas deste lepidóptero, com 1 a 2 mm de comprimento, que eclodem de ovos depositados nas flores, perfuram os caules da hospedeira, de cuja seiva se alimentam e acabam por matá-la. É considerada uma verdadeira praga do gerânio. Não tendo predadores naturais, torna-se necessário controlar a sua população, para evitar danos maiores, através de insecticidas. Mesmo com químicos este controlo torna-se complicado com a lagarta introduzida no interior dos caules. Só a utilização de produtos sistémicos se revela eficaz. Com a praga já completamente instalada o melhor é mesmo cortar os caules afectados. O insecto adulto tem 15 a 27 mm de abertura alar.

Reino:   Animalia
Filo:      Arthropoda
Classe:  Insecta
Ordem:  Lepidoptera
Família:  Lycaenidae
Género:  Cacyreus
Espécie:  C. marshalli

Imagens captadas na Quinta da casa nova, Cortiçadas, Montemor-o-Novo










quarta-feira, 9 de abril de 2014

Cobrilha da cortiça

(Coroebus undatus) -  Fabricius, 1787

                          Em Portugal são conhecidas mais de 90 espécies de insectos capazes de causar danos no sobreiro e na azinheira. De entre eles a cobrilha, coleóptero buprestídeo, tem vindo sempre a aumentar. A sua  presença  cria perturbações fisiológicas no sobreiro provocando o seu enfraquecimento gradual. No estado adulto o insecto vive nos matos, mas à medida que estes são menos abundantes passam a concentrar-se nas copas dos  sobreiros. A postura efectua-se na cortiça e as larvas constroem galerias no entrecasco, apens visíveis aquando do descortiçamento, que provocam exsudações de resina que debilitam as árvores. O descortiçamento é mais complicado ocasionando feridas de cicatrização difícil, que, por sua vez, facilitam o aparecimento de diversos fungos como o do carvão do entrecasco. 

Calcula-se que  40%  da cortiça extraída (6 milhões de arrobas) foi atacada pela cobrilha. Considerando que isto provoca uma desvalorização de 5€/@, pode-se afirmar que, em média, esta praga é responsável  por uma perda anual de cerca de 12 milhões de euros (5,00€ x 2,4 milhões @). Designa-se por  cortiça cobrilhada a que contem galerias  abertas pelas larvas da cobrilha. Numa escala de 1 a 4 considera-se esta praga com grau de perigosidade 3.

Reino:   Animalia
Filo:      Arthropoda
Classe:  Insecta
Ordem: Coleoptera
Familia: Buprestidae
Genero: Coroebus
Espécie: C. Undatus

Imagens captadas no Alto Alentejo, na altura da tiragem da cortiça.