sexta-feira, 16 de julho de 2010

Preocupações

Não é sem relutância que me atrevo hoje a abordar um tema como este, para o qual não disponho de qualquer qualificação técnica. De há muito que a ideia paira no meu espírito, mas foi necessário sobre ela reflectir muito para que ousasse meter mãos à obra.
Pesando, de alguma forma, as vantagens e inconvenientes, pensei que talvez pudesse haver algum interesse em ser conhecida a visão, necessariamente ligeira e limitada, que sobre o assunto tem um leigo.
 Já tenho hoje a certeza que há pelo menos meia dúzia de pessoas que dão uma vista de olhos por aquilo que, de vez em quando, vou por esta via debitando. Dar-me-ei por muito feliz se apenas uma delas achar nisto algum interesse!
Claro que o que vai ser dito tem que ver com o que sobre a matéria tenho lido, conversado ou até, eventualmente, com alguma experiência pessoal. Se tiver a sensação de já ter lido algo de parecido a isto não será mera coincidência!
Se não chegar ao fim tem toda a minha compreensão, a culpa não é sua mas sim minha que não soube reter a sua atenção.

Feito este preâmbulo, vamos então ao que interessa, as preocupações.

Porque será que as pessoas se inquietam tanto hoje e com tanta frequência?  As causas são inúmeras e de diversa natureza. A vida actual é geradora de uma imensidade de problemas de difícil solução, diria mais, sem solução nalgumas situações. Penso mesmo que o cerne da questão se prende exactamente com a dificuldade com que nos deparamos para encontrar solução para os problemas que nos afligem no dia a dia. Se não vejamos:


  •  A maioria dos pais tem dificuldade, muitas vezes mesmo impossibilidade, em harmonizar os seus horários laborais com os dos estabelecimentos que os filhos frequentam, quer se trate de infantários, pré-escolares ou escolares;

  • Os estudantes debatem-se com inúmeras dificuldades, nomeadamente as que têm que ver com a impossibilidade de os pais os poderem acompanhar devidamente numa fase do seu desenvolvimento em que isso deveria ser considerado essencial, ficam durante longos períodos de tempo entregues a si próprios;

  • Os jovens à procura de emprego têm que fazer uma longa travessia no deserto até conseguirem arranjar alguma ocupação, quase sempre a título precário, e raramente tem que ver com as habilitações académicas obtidas;

  • Os desempregados a receber subsídio têm que forçosamente aceitar qualquer oferta que lhes surja ainda que a mesma nada lhes diga, tanto no que concerne à sua preparação académica como no que se refere aos seus interesses e inclinações profissionais, sob pena de deixarem de receber;

  • A taxa de desemprego continua a aumentar;

  • Muitos dos cursos ministrados nas nossas Escolas têm pouca aplicabilidade prática no mundo em que se movem as Empresas;

  • A maioria dos idosos não consegue vaga nos Lares de custos reduzidos geridos por Instituições de Solidariedade Social e não têm a mínima hipótese de  frequentar os particulares, com fins lucrativos, já que os míseros proveitos que auferem de reforma ficam a anos-luz de distância dos preços neles pedidos;

  • A justiça que temos não funciona;

  • Os políticos prometem o que, à partida, sabem não poder cumprir;

  • Os governantes raramente governam, preferindo antes, muitos deles, governar-se;

  • O exôdo do Interior para os Grandes Centros e para o Litoral continua e não se tomam medidas que incentivem a fixação das populações nas zonas mais deprimidas.
Parece-me existir concenso em tudo o que atrás é exposto e também em muito que não digo. Como queria então o leitor que a maioria dos cidadãos se sentisse neste cenário de dificuldades e de descrédito generalizado?! Claro que a tensão emocional tem que andar por aí e concomitantemente as preocupações.

Que fazer então? Cruzar os braços?
Nunca!

Nas preocupações, como em tudo na vida, existem também as duas faces da mesma moeda. É não só legítimo como saudável que o cidadão consciente se preocupe tanto com o seu bem-estar como com o dos seus. Isso vai conduzi-lo à procura das respectivas soluções. A consecução deste desiderato provoca feedbacks positivos potenciadores de círculos virtuosos que levam as pessoas a caminhar no sentido de uma evolução favorável ao seu desenvolvimento. É um pouco por esta via que se pode chegar ao sucesso.   Os problemas surgem quando, pelo contrário, se luta até à exaustão e não se vislumbra um caminho a seguir. Apenas como exemplo, imagine um pai que acaba de ficar desempregado e luta desesperadamente para retomar uma actividade, todos os esforços se revelam infrutíferos e acaba coleccionando fracassos, que por sua vez  geram feedbacks negativos  causadores de círculos viciosos. São estes que podem conduzir ao fracasso.

Leitor! Que é feito de si? Ainda aí está?! Não desanime que eu prometo ser breve!

Vamos agora tentar dar um novo rumo à conversa.

Já vimos que uma das causas fundamentais das nossas preocupações se deve à dificuldade ou impossibilidade de arranjar solução para os problemas que nos criam, contudo esquecemo-nos, quase sempre, daqueles que nós próprios criamos! Mas, também estes motivam preocupações. Não transfira para os outros as sua próprias responsabilidades. Pare para pensar antes de agir!

Os animais criam hábitos, o homem é um animal ...! Pois é, não sei se já tinha pensado nisto, mas que é verdade é! O ser humano pode criar o hábito de se preocupar. Pior que isso, pode antecipar o sofrimento provocado por esse hábito. Quase sem se dar conta, muitas vezes começa a existir um desfasamento entre pensamento e acção. Imagine esta cena: amanhã tenho prevista uma reunião importante com um dos nossos melhores clientes, tenho também que aprontar o relatório que me foi pedido pelo administrador sobre a evolução das vendas no último trimestre, antes de tudo isto tenho de organizar e distribuir tarefas pelos meus  subordinados, ah, é verdade, já me esquecia que tenho que analisar as causas que levaram a não alcançar os objectivos traçados para os primeiros três meses e procurar soluções  para  que, no segundo trimestre, se possa verificar a necessária recuperação. Ou você tem um estofo psicológico à prova de bala ou vai passar a noite em claro a pensar na maneira de se desenvencilhar de toda esta trapalhada. Os problemas são para resolver amanhã mas as preocupações começam já hoje! Que fazer em casos desta natureza? Não é de fácil resposta esta pergunta. Há no entanto regras muito básicas que podem dar-nos uma ajuda: no final do dia de trabalho esquematize e hierarquize hoje o que tem que fazer amnhã, tendo presente a máxima que o que é muito importante não pode ser urgente e, uma vez tudo escrito na agenda feche-a  e abra-a somente amanhã, o que significa que os assuntos deverão ficar também fechados até ao dia seguinte. Claro que alguns têm que ser esquematizados, sobretudo se forem muito importantes, com um prazo muito maior.

Quando o nefasto hábito de nos preocuparmos se adquire, quando simultâneamente somos muito autoexigentes e quando não logramos atingir os objectivos a que nos propusemos ou que nos foram propostos instala-se em nós um sentimento de frustração que pode originar o que chamarei de desproporção de causa efeito, ou seja o efeito (preocupação) é ampliado face à causa (problema) que lhe deu origem.  Damos demasiada importância a questões de lana caprina! Não dramatize as situações, para isso existem os dramaturgos, mas esses não se incluem nas cenas que criam!

A ambição desmedida leva certas pessoas à cegueira de, a todo o custo, muitas vezes imbuídas de elevado espírito de  inveja, terem que atingir o topo da carreira o mais rápido possível, sem olhar a meios, só que, não tendo as necessárias capacidades e o devido traquejo, não o conseguem e acabam sentindo-se preocupadas e frustadas. Você deve ter as suas ambições mas não tem que escalar toda a montanha jà, é melhor fazer o precurso por etapas e subindo degrau a degrau e por vezes podem mesmo revelar-se de grande utilidade recuos estratégicos. Também não esteja tão seguro que o cume é o melhor para habitar!  Quantas vezes a meia-encosta se revela como sendo a melhor localização! Quando se cai do alto o trambolhão é maior! Não se deixe levar por sentimentos de inveja, se tem muita admiração por uma pessoa tente imitá-la, observando o seus métodos de trabalho, sem a invejar. Lembre-se também que o êxito ou fracasso não dependem assim tanto do tamanho!

Há da parte de muita gente a tendência para transferir para outrém a culpa de tudo o que de mal lhe acontece e  falta-lhe a capacidade de análise que lhe permita notar que teria bastado alterar a sua maneira de agir para que as coisas lhe tivessem corrido melhor. Não aprende com a experiência e comete sistematicamente o mesmo tipo de erros. Esta maneira de agir leva-os a tornarem-se cada vez mais infelizes. Diferente e melhor procedimento é o daqueles que aprendem com os seus próprios erros e que evitam cometê-los no futuro, mas maior rentabilidade ainda é obtida quando se aprende com os erros alheios!

Houve-se com frequência dizer  que fulano e sicrano têm muita sorte, a mim só o azar me bate à porta. Se é verdade que surgem imponderáveis que podem alterar significativamente a vida de algumas pessoas, estou-me a referir, por exemplo ao euromilhões ou à lotaria, no caso da sorte e à perda de um filho em acidente ou doença grave, ou da nossa casa devida a uma catástrofe natural, referindo-me ao azar; mas não nos devemos esquecer, que no cômputo universal, estas situações não passam de meras excepções. A sorte ou azar somos quase sempre nós que os fazemos, estão na nossa cabeça. Se numa caminhada eu parar e os meus companheiros continuarem não posso estranhar que eles cheguem primeiro que eu ao destino e que, se me deixar vencer pelo desânimo, podetrei mesmo nem chegar!

Conheça-se. Se não se sente ainda preparado para certos voos demasiado altos, prepare-se melhor antes de os iniciar. Dê tempo ao tempo, não queira tudo já, mais vale caminhar a  passo seguro e determinado que correr atabalhoadamente.

Quando as coisas não lhe correm como desejaria não se culpabilize em demasia, tire as necessárias ilações e modifique o que há modificar. Observe através de outra prespectiva, se foi rídiculo, não hesite em rir-se de si próprio, se for caso disso!

Se tem falta de saúde não pode, com certeza, sentir-se bem, mas lembre-se que mesmo  nesse caso deve manter sempre viva a esperança, melhores dias hão-de certamente surgir. Há milhões de pessoas em todo o Mundo que, tal como você, sofrem e, também elas resistem estoicamente!

Se o leitor é daquelas pessoas que incorpora também como seus os problemas dos seus familiares,  dos seus amigos e de todos os seus conhecidos está a transportar um fardo que, dia a dia, se vai tornando cada vez mais pesado. Não vai poder continuar a assumir ad aeternum essa responsabilidade sob pena de soçobrar. Não, não estou a pedir-lhe que deixe de ser solidário! Não, não estou a pedir-lhe que deixe de dar o seu apoio aos outros! Tem é que se capacitar que não pode, sózinho, arcar com a missão de resolver todos os problemas do universo das pessoas que lhe são próximas, sob pena de não conseguir, de facto, resolver os seus. Tem que haver sempre uma separação de águas, a prioridade tem sempre que incidir mais sobre o que directamente lhe diz respeito, e isto não pode ser considerado egoismo. Em vez de adicionar às suas as preocupações dos outros porque não pensa antes em delegar noutros parte das que assume como sendo suas!?

Se, no seu trabalho, pudesse, sem consequências, dizer tudo o que pensa ao seu superior hierárquico você sentir-se-ia mais aliviado! Só não o faz porque, no limite, isso poderia causar-lhe a perda do seu emprego, de que sobrevive! Mas pode chegar a casa, isolar-se no seu quarto, e autodesabafar, mimoseá-lo com todos aqueles nomes que lhe apetecer. Vai ver que se vai sentir mais aliviado!

A solidão é também fonte de problemas e preocupações. Se vive só não se isole dos outros, procure integrar-se no meio que o rodeia. Aliás, a questão da solidão não é tão linear como, á primeira vista, se possa imaginar. Pessoas há que vivendo rodeadas de uma imensidão de gente se sentem sós, por não se identificarem com os outros e outras que vivendo só não sentem a mínima solidão. Um livro, para os que têm o hábito de ler, pode ser uma excelente compnhia que pode impedir a sensação de solidão por completo.  Outras ocupações como a caminhada, a bricolage, o coleccionismo, visitas a museus e exposições, o contacto com a natureza, o voluntariado em Organismos de solidariedade social ...  podem surtir o mesmo efeito. O que necessita mesmo é de uma actividade de que goste e  cujo interesse o absorva por completo, de tal forma que não chegue a haver tempo para que as agruras da vida se instalem na sua mente. Ocupe o seu tempo e jamais será vítima do tédio.

Se, como já na Roma antiga afirmava Horácio (Venusia 65 a.C - Roma 8 a.C) nihil est ab omni parte beatum, a felicidade completa (e duradoura) é inatingível, podemos, no entanto, garantir que é viável a existência de momentos felizes por oposição a outros não tão bons. O que eu procuro fazer, e me atrevo a sugerir ao leitor que faça, é que envie para o seu arquivo (mental) vivo, de acesso imediato, a recordação dos bons momentos e que remeta para o arquivo morto, cujas gavetas são quase inacessíveis, a memória dos piores momentos.

Se professa alguma Religião, seja ela qual for, tem fé, acredita na existência de uma Entidade superior que tudo determina, mas levou as suas preocupações ao ponto de quase o impedirem de raciocinar peça-Lhe que interceda em sua ajuda. Certamente que vai sentir algum alívio!

Se não é crente, não tem fé e é dos que pensam que tudo termina com a morte, pode transferir as suas preocupações para o papel: experimente escrever tudo, mas mesmo tudo, até ao mais ínfimo pormenor. Vai ver que à medida que vai escrevendo se vai sentindo mais liberto, mais aliviado! Não tem que mostrar o conteúdo da escrita a ninguém.

Partilhar os seus problemas com alguém também pode ajudar a diminuir as suas tensões mas neste caso tem que estar muito seguro que a pessoa com quem o faz é da sua inteira confiança, porque a não ser assim o seu estado poderá ainda piorar!

No ser humano  não se pode isolar o somático do psíquico, é por isso que a tensão emocional aparece sempre associada à tensão muscular.  As preocupações são sempre acompanhadas dessa dupla tensão. Assim, ao aliviarmos uma estamos também a debelar a outra! Essa é a razão pela qual a prática de técnicas de relaxe físico provocam também alívio emocional. Se está a passar por momentos menos bons, de grande desgaste psíquico, experimente fazer o seguinte exercício, cuja execução se vai, com a prática, tornando cada vez mais fácil: deite-se na sua cama em posição de decúbito dorsal horizontal com os braços descontraidamente esticados ao longo do corpo, em semi-obscuridade; fale com o seu corpo, começando pelos membros inferiores, pode iniciar pelo esquerdo, peça ás falanges de cada um dos dedos que fiquem descontraídas e que relaxem, o seu pensamento tem que se concentrar em exclusividade neste exercício, sinta bem cada uma das partes, passe ao metatarso, de seguida ao tarso, à tíbia, ao perónio, á rótula, ao fémur e assim por diante; faça o mesmo em relação ao membro inferior direito; evolua agora para o sacro e a pélvis, vértebras (lombares, torácicas e cervicais), o externo e as costelas; vamos agora percorrer os membros superiores, um de cada vez (falanges, metacarpo, carpo, cúbito, rádio, úmero, omoplata, clavícula); passe finalmente à cabeça, começando pela mandíbula, ..., insista sempre em pedir a cada parte que relaxe e descontraia. Não tenha pressa na execução deste exercício. Durante o mesmo vai começando a sentir mais o peso de cada parte do seu corpo. Se acaso adormecer, não se preocupe com isso, pelo contrário, significa que conseguiu libertar a sua mente daquilo que a atormentava! Aprenda também a respirar: inspire lentamente, suavemente, prolongadamente, quando já tiver os pulmões bem cheios, inspire ainda mais um bocadinho, de seguida faça uma pequena paragem; comece agora a expiração, também lenta, suave e prolongadamente, com os pulmões já vazios tente expelir mais um pouco de ar, faça nova pausa. Repita o ciclo por diversas vezes, dez, quinze ou mesmo vinte vezes.  Com a continuação, estas técnicas podem ser utilizadas não apenas deitado, mas em qualquer posição e cicunstância, se não total pelo menos parcialmente, com benefícios quase imediatos. Também aqui o hábito pode ser adquirido!

Se a sua mente é persistentemente assediada por maus pensamentos, que não lhe dão tréguas, não pense que isso é inevitável. É possível  mudar o rumo da corrente do pensamento. Em presença desses pensamentos interpele-se a si próprio, com veemência: Zé, isso não pode continuar assim, não vás por aí, então onde está a lembrança daquelas férias que passaste com os teus naquela praia paradisíaca? Já não te lembras da satisfação que sentiste aquando do nascimento dos teus filhos? Lembras-te que lhes ensinaste a dar os primeiros passos, a pronunciar as primeiras palavras? Lembras-te da satisfação por eles sentida quando os levaste a passear ao campo e os ensinaste a conhecer os animais? É ou não verdade que não foi em vão a tua passagem pelo planeta? Afinal há ou não alguns momentos de realização ao longo do teu percurso?  Ah! mas eu nem descendentes tenho! Nesse caso tenho a certeza que outros motivos haverá que te possam trazer gratas recordações. Há aquele amigo que, em situação difícil, ajudaste a ultrapassar obstáculos que ele pensava serem intransponíveis! Há aquele mendigo que, com a tua oferta material e tua palavra amiga, ajudaste a ter um pouco mais de alento! Há os êxitos que conseguiste na tua carreira profissional, há a recordação de viagens que efectuaste, há ....!

Tendo em conta a incomensurável vastidão deste assunto, as minhas afirmações  não passam de uma amálgama de ideias soltas, muitas vezes descontextualizadas, sem outra pretensão que não seja o de alertar, fornecer algumas dicas e pistas. Quero, apesar de tudo, deixar uma nota de optimismo para aquelas pessoas que são vítimas da exacerbação das suas preocupações, compreensíveis dada a precariedade em que muitos dos nossos semelhantes vivem, não deixem de ter uma réstia de esperança e acreditem na possibilidade de ainda poderem a vir a ter acesso a momentos de felicidade.

Resta-me fazer apenas uma advertência: se o seu estado de saúde o exige não deixe de consultar o médico.

A si, leitor, que resistiu a tudo isto, quero manifestar-lhe a minha gratidão e elogiar a sua persistência, por isso vou inscrevê-lo no livro de honra das pessoas que admiro,  passando assim a pertencer a um grupo muito restrito de magníficos!

Se, e quando, voltarmos a encontrar-nos, penso que é melhor elegermos outros assuntos como motivo de conversa! Não acha?!

Passe bem e tenha muita saúde.

Jogilbo


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